27 de nov. de 2009

1º Desafio Entre Elas Soccer

Não percam amanhã o 1º Desafio Entre Elas Soccer. Como o Blogay não poderia ficar de fora, montou seu time e vai disputar junto com outros esse grande desafio.

Além de muito pagode e o show de bola só para meninas, quem comanda a festa é a DJ Manu. A festa vai rolar no Sindicato dos Trabalhadores da UFSC, a partir das 10.

Monte seu time e participe desta grande festa em que o Grupo revelação da ilha, comemora seus 3 anos.

Ingressos antecipados R$10 feminino e R$15 masculino.

O Blogay Floripa estará presente e fará a cobertura completa do evento. Não percam na segunda tudo que rolou no 1º Desafio Entre Elas Soccer.

Mais informações no site do grupo

Não percam!
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26 de nov. de 2009

Florianópolis: uma cidade Gay Friendly


Secretário de turismo de Florianópolis também apóia o Blogay Floripa


Por Fernanda Martinelli

Em sua opinião, Florianópolis é uma cidade gay friendly? Não há duvida que a capital mais querida do Brasil vem despontando no turismo gay, onde bares, restaurantes e pousadas apostam em destinos e eventos para o turista deste segmento de todo o país.

Nos últimos anos, muito se foi conquistado para o público gay de Florianópolis. A Parada da Diversidade, por exemplo, foi uma conquista da Associação dos Empreendedores GLBTS de Santa Catarina, precisamente na pessoa do ex vereador Tiago Silva, um dos idealizadores e organizadores do projeto. “Ninguém acreditava na idéia, falavam que não passariam de 500 pessoas, mais a parada foi um sucesso desde a primeira edição, conseguimos reunir cerca de 30 mil pessoas”, afirma Tiago.

Para o Secretário de turismo de Florianópolis, Mário Cavallazzi, o turismo gay muito interessa para o município, “o público gay é extremamente fiel e investidor, ele procura por qualidade, e para Florianópolis isso é positivo”, garante Cavallazzi.

Com a lei aprovada em setembro de 2009 de autoria do vereador suplente Tiago Silva, homofobia em Florianópolis nunca mais, pelo menos são o que eles esperam. “Nós também temos o direito de sair de mãos dadas com nossos parceiros, chega de discriminação, somos iguais a todos”, diz Selma Light . Com a lei fica proibida a prática de preconceito e/ou discriminação sexual, impedir a locação, compra ou aquisição de um bem material, hospedagem em hotel e demissão direta ou indireta do empregador sem justa causa, dentre outras.

Vários artigos na web são escritos para falar de Florianópolis como uma cidade simpatizante, não é a toa que a capital está entre os cinco destinos mais procurados pelos gays no Brasil e uma das mais escolhidas também no mundo. Além de suas belas praias e belezas naturais a capital conta também com lugares destinados para o mercado consumidor gay, casas noturnas, pousadas e restaurantes têm pacotes especiais para este público.

Segundo o proprietário da pousada Natur no Campeche, Talmir Duarte, o público gay procura por inovação e qualidade no atendimento. “O público segmentado gosta de passeios exóticos, piscina, sauna e de ser tratado com sensibilidade” afirma Talmir. Na alta temporada, de dezembro a março, são registrados 80% de ocupação na pousada natur, 20% desses são gays. “Eles são fiéis, não se importam em investir em qualidade”, diz.

Diante dessas questões posso afirmar que Florianópolis é sim uma cidade simpatizante. Possuímos lei contra a homofobia, destinos turísticos, eventos e casas noturnas para o público e Parada do orgulho Gay de Floripa.

Viva a Diversidade!
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23 de nov. de 2009

As belezas do mundo em um só lugar



No último final de semana o Blogay Floripa colocou o pé na estrada em direção ao Sul da Ilha. O destino era a praia do Campeche, um lugar paradisíaco, rico em belezas naturais, onde fica localizada a Pousada e o Hotel Natur.

Há 15 km do centro de Florianópolis e 10 km do aeroporto, a Pousada se destaca por trabalhar com vários segmentos, entre eles o Gay Friendly. Com um ótimo atendimento a pousada recebe turistas o ano inteiro já que oferece aos hóspedes opções de turismo nas áreas do Ecoturismo e Esportes de Aventuras.

Com uma proposta inovadora, a Pousada Natur conta com uma decoração rústica com artesanatos da região e objetos que traduzem idéias, costumes e folclore, frutos das viagens feitas pelo diretor da pousada, Talmir Duarte, onde ele garimpou peças artesanais, gravuras e obras de arte, para homenagear países, estados e suas culturas.



Sua área de lazer é ampla, com piscina, hidromassagem ao ar livre, espaço holístico, biblioteca, sala de leitura, sala de jogos, redes, jardim e sauna úmida. As acomodações contam com suítes temáticas de vários lugares do mundo como a Grécia, Turquia, México, Índios do Brasil, Espanha, Marrocos também a suíte Floripa.





Serviços disponíveis

A Pousada Natur oferece também aos seus hóspedes um delicioso café da manhã caseiro, onde a maioria dos produtos são preparados pelos funcionários da pousada. Serviços como o uso de internet sem custo adicional, estacionamento privativo e lavanderia também são disponibilizados pela pousada. Além desses o hóspede pode também solicitar à recepção informações turísticas, aluguel de carros, transfer e passeios turísticos.

Responsabilidade Ambiental

A Pousada Natur Campeche faz parte de um programa que visa diminuir o impacto ambiental das práticas hoteleiras. A contribuição com a sustentabilidade do planeta é feita através de várias ações como: utilização de aquecimento solar, minuteria, lâmpadas frias, troca de toalha a cada dois dias e de roupa de cama a cada quatro dias, reciclagem de lixo, utilização do lixo orgânico na produção de fertilizante e venda do lixo inorgânico para reciclagem. Os valores arrecadados são empregados em endomarketing, com o objetivo de manter a motivação e garantir o comprometimento dos colaboradores.



Conheça aqui as áreas de lazer e as demais suites da Pousada e o Hotel Natur no Campeche
Pousada Natur Campeche
Servidão Familia Nunes, 59. Bairro: Praia do Campeche. CEP: 88063-340
Contato: 3237-4011
Email: pousada@naturcampeche.com.br

Hotel Natur Campeche
Av. Pequeno Príncipe, 2196. Bairro Capeche. CEP: 88063-000
Contato: 3237 2014

Fotos e Vídeos: Fernanda Martinelli
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19 de nov. de 2009

Desafio: Blogay Floripa x Grupo Entre Elas



Vem ai o 1º Desafio Entre Elas Soccer, mas enquanto o dia 28 não chega a bola rola toda quarta feira entre as meninas do Grupo Entre Elas e do Blogay Floripa. A disputa é acirrada e as meninas dão show com a bola no pé.

Gostou? Então monte seu time e participe do 1º Desafio Entre Elas Soccer no próximo dia 28 às 10:00. A festa terá o comando da Dj Manu e também do Grupo que já é revelação em Floripa – Grupo Entre Elas – que estará comemorando seus 3 anos.

Para mais informações entre em contato pelo e-mail: contato@grupoentreelas.com.br. Os ingressos antecipados estão sendo vendido nos valores de R$10 feminino e R$ masculino.

Ainda da tempo, inscreva seu time até dia 20 e participe.

Confira nas imagens o jogo de ontem (18) entre o Blogay Floripa e o Grupo Entre Elas.

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16 de nov. de 2009

Artigo: Minha primeira vez

Por Fernanda Martinelli - Eu fiquei o dia inteiro nervosa, não sabia como seria, o que eu iria ver e como que as pessoas iriam aceitar meu trabalho. Não sabia que roupa colocar, como eu agiria e nem mesmo como era as coisas lá dentro. Claro que eu não queria mostrar pra ninguém todo aquele nervosismo até porque não teria motivo nenhum para tanto.

Fui pegar minha prima, pessoa responsável por parte do sucesso do meu trabalho, ela estava radiante por estar me levando em uma balada GLS. Milhões de informações no meu ouvido, ela falando várias coisas, pedindo pra que eu agisse normalmente a tudo aquilo que eu iria ver. Por que ela foi falar aquilo? Confesso que fiquei muito mais nervosa, achei que iria entrar em um trem fantasma.

Quando foi ficando perto já dava para ver as meninas de mãos dadas com as meninas, os meninos olhando assanhadamente para os meninos e eu estática olhando para tudo e para todos. Parei o carro e as amiguinhas da minha prima em êxtase por eu estar ali com elas, já que era minha primeira vez. Não queria sair de jeito nenhum do carro, estava com vergonha, receio e me sentindo totalmente um “peixe fora d´gua”.

Mas tive que sair, levantei, arrumei a calça, o cabelo, e tratei logo de colocar as camisetas do Blogay em cada uma delas. Distribui também os flyers para a divulgação e aos poucos eu estava me familiarizando com aquilo que era novo para mim. Meus olhos pareciam dois radares, não paravam de se movimentar nenhum segundo.

O que eu menos queria é que minha prima falasse “vamos entrar?”. Logo que eu pensei ela não demorou muito e soltou a frase. O que eu iria dizer? Nada né, eu estava ali era para divulgar meu trabalho e nada mais. Lá fui eu, meu coração parecia saltar pela boca, mas eu fui.

Entramos, mas a casa ainda estava vazia. Sentei no primeiro banco que vi e ali fiquei por algum tempo. Só me levantei mesmo para ir até o banheiro. Assim como eu não parava de olhar para todo mundo, as pessoas também me olhavam, já que eu nunca tinha aparecido por ali.

Aos poucos eu fui me soltando, já tinha até levantado da cadeira e quando me vi estava no meio da pista dançando aquela música eletrônica que eu nunca gostei. Já estava ambientada, até brincava com as amigas da minha prima, dando risada das pessoas que estavam dançando estranho.

Aos poucos a pista começou a encher e eu já estava conhecendo quase todo mundo da festa, minha prima fez questão de me apresentar para todo mundo, falando da causa de eu estar ali e claro, fazendo propaganda do Blogay.

Curti, dancei, conheci pessoas interessantes que por sinal me receberam muito bem. No final eu não entendi porque tanto nervosismo. Se eu soubesse que era assim, já teria ido a muito tempo.
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Dica de Filme: O Segredo de Brokeback Mountain


Hoje o Blogay Floripa trás um clássico do cinema gay. Este que em 2005 lotou as salas de cinema e que foi exibido para o mundo todo é um filme de poucas palavras, sensível e profundo. O Segredo de Brokeback Mountain recebeu o maior número de indicações ao Oscar, onde ganhou o de melhor direção, roteiro adaptado e trilha sonora. Ao sair de cartaz conquistou o oitavo lugar na lista dos filmes românticos de drama de maior bilheteria de todos os tempos.

É verão de 1963, Jack e Ennis são contratados para cuidarem de um rebanho de ovelhas em um rancheiro na montanha de BrockBack. Os trabalhos são divididos em: vigiar o rebanho no período da noite e na parte da manhã alimentá-las e levá-las para passear. O pouco contato entre os dois não os impedem de um olhar apaixonado e carinhoso. Após uma noite de amor, o dia seguinte para os fazendeiros é o pior possível, já que eles não aceitam o relacionamento homossexual. Os dias vão ficando cada vez mais complicados pois a atração aumenta e o verão está a um passo de terminar.

Terminada a temporada é hora desse amor passar por um grande desafio: a distância. Ennis se casa com sua namorada Alma e eles têm duas filhas, Alma Jr. e Jenny. Jack acaba indo para o Texas, onde conhece e se casa com a cowgirl Lureen Newsome, filha de um magnata de equipamentos agrícolas. O casal tem um filho, Bobby. Jack vai trabalhar para o pai de Lureen na negociadora de equipamentos agrícolas, apesar de ser constantemente desprezado por seu sogro.

Quatro anos após a separação Jack vai para a cidade onde Ennis está morando com sua família e o reencontro dos dois é emocionante. Após um beijo apaixonado eles são surpreendidos: a cena é vista pela esposa de Ennis, Alma, que os deixa partir sem falar nada. Ao voltarem para a casa, o relacionamento de ambos acabam e eles abandonam seus filhos.

Diferente dos outros filmes eu não vou contar esse até o final. Acho muito interessante que todos que tiverem a oportunidade de assistir esse clássico não percam tempo. Digo isso não somente para o público gay, mas também para os héteros e casais. A história pode se encaixar com qualquer um, pela intensidade que os dois vivem esse sentimento.

Quem não gostaria de viver um amor para sempre? Jack e Ennis se amaram, se respeitaram e acima de tudo, passaram por cima de tudo e todos para viverem o amor que nasceu por acaso, mas que lhes renderam muitos momentos.

Impossível não recomendar esse filme. Adorei e tenho certeza que vocês vão gostar também, vale a pena.

Gostou da dica? Clique aqui e faça o donwload do filme O Segredo de Brokeback Mountain

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11 de nov. de 2009

Drag Queen: do tênis ao salto alto



Você conhece o dia a dia de um Drag Queen? Foi querendo conhecer de perto esse segmento que a jornalista Paula Camila Chittolina desenvolveu um trabalho de conclusão de curso, na Faculdade Estácio de Sá no segundo semestre de 2005.

A exposição “Drag Queen: do tênis ao salto alto” mostrou as transformações das drags queens da cidade em suas apresentações nas casas noturnas e shows em Florianópolis. “Tive dificuldades em escolher os personagens, alguns não queriam se identificar, pensando que eu iria vulgarizar, quando na verdade meu objetivo era sério, sem expor a vida de ninguém”. Camila fotografou as drags Selma Light, Herax e Kinara.

Em cores e em preto e branco foram mais de 200 cliques “Eu queria fotografar em preto e branco, o antes, eles como homens e depois, em cores, após a transformação, e deu certo”. Camila escolheu 30 fotos para apresentar em sua banca do curso de jornalismo “As fotos foram tiradas com máquina analógica, o que exige de mais técnica, mas no final consegui chegar ao resultado”.




Camila garante que apesar das dificuldades o trabalho foi muito divertido e tranqüilo, “escolhi a fotografia por ter a liberdade em trabalhar, poderia ficar livre nos horários, sem depender de ninguém”. Sobre o tema, Camila afirma que sempre teve curiosidade em aprender sobre este segmento “Por eu não ser do meio, sempre tive um olhar diferente e aberta sobre o mundo, sem discriminação nem preconceitos”.

Segundo Camila algumas pessoas acharam estranho sua vontade em realizar este trabalho. “Corri atrás de tudo, não tive ajuda de ninguém, a não ser os equipamentos que consegui emprestado. As pessoas achavam que eu era homossexual por desconfiarem da minha vontade e por estar sempre sozinha”. Mas ela garante que tudo valeu a pena “Todo o aprendizado foi válido, conviver com elas me fez descobrir tudo aquilo que eu tinha vontade”

Hoje, ela atua na área de comunicação e projetos sociais. “Meu objetivo é trabalhar com enfoque social sempre gostei disso”. A respeito do resultado do trabalho Camila é enfática “Tive muita satisfação e gratificação com o trabalho, ele ficou do jeito que eu esperava”. Paula está com novos projetos para o ano que vem, mas promete divulgá-los mais tarde.

O Blogay Floripa parabeniza a jornalista pelo trabalho e pela iniciativa ao desenvolver o trabalho. Ainda faltam pessoas que tenham este espírito de inovação, que deixam o preconceito de lado e lute por igualdade das classes e das raças.

confira o making off da entrevista com a Camila aqui, assista também os vídeos com declarações da jornalista.

Valeu Camila!

Foto: Ivan Couto
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10 de nov. de 2009

Artigo: Gays, lésbicas e bissexuais: Vocês tem medo de quê?

Por Fabrício Viana - Como outros animais, nós também temos nossos mecanismos de defesa diante do "perigo", seja ele real ou imaginário. O grande problema, que nos impede de viver plenamente, é quando começamos a acumular vários medos imaginários, aqueles que podem vir a existir, mas que em sua maioria só existem mesmo em nossa cabeça. Para um indivíduo homossexual, a idéia que tenho é que esses problemas duplicam ou mesmo são bem maiores em sua intensidade.

Meu primeiro medo enquanto homossexual dizia respeito ao grande sentimento que tive na adolescência pelo meu melhor amigo. Tinha medo de que o que eu sentia por ele fosse errado. Mesmo abrindo o jogo e ele me rejeitando, inclusive como amigo, continuei e vi que o que sentia não era errado mesmo, apenas não tinha dado certo com ele naquela época.

Quando comecei a me aceitar, tive medo de procurar "semelhantes" em lugares ditos "gays" (bares, boates, etc), mesmo assim fui e não vi nada de mais, pelo contrário, me identifiquei mais ainda com meus próprios desejos, que vi ali explícitos entre as pessoas que se beijavam e se curtiam naturalmente, como em qualquer outro lugar.

Tive medo em seguida de meus pais ficarem sabendo de mim e da vida nova que estava levando. Do jeito que eu os conhecia, falava pra todos os meus amigos que qualquer um poderia aceitar isso, menos os meus, e que eles jamais saberiam disso, jamais! Bobagem minha: o dia que minha mãe tocou no assunto, eu disse "Sim, sou gay!".

Não foi fácil pra gente, ela passou quase seis meses em profunda depressão até eu chegar nela e dizer "mãe, pára com isso. Eu estou bem, levando uma ótima vida, a única pessoa que não está bem com isso é você e você deveria ficar mal se eu estivesse mal, mas não, estou bem e assim quero te ver também!". Depois disso, e até hoje, ela me aceita na boa e até foi comigo e meu namorado na 8º Parada do Orgulho gay de São Paulo.

Em seguida, tive um medo absurdo que as pessoas da empresa em que eu trabalhava ficassem sabendo. Mas não poderia esconder minha vida e fui contando para um e para outro, ao ponto de todos saberem. Resultado, todos continuavam respeitando meu trabalho, mas com uma grande diferença: eu poderia falar abertamente sobre meu final de semana e até mesmo sobre o namorado (coisa que eu escondia até então). Mesmo porque, quando eu não falava, eles me perguntavam e eu sentia que muitos ali realmente se preocupavam comigo.

Quando montei meu primeiro projeto na internet, a Campanha Digital contra o Preconceito a gays, lésbicas, Bissexuais e Transgêneros, falei para o André Fischer que durante a nossa parceria eu não estaria colocando meu nome no site em hipótese alguma. No fundo, era medo de tamanha exposição num projeto desaes. Mas, antes de entrar no ar, pensei que seria muito chato não ter uma figura representando o projeto e, então, coloquei meu nome. A campanha tem quase três anos, mais de 1700 sites cadastrados e é um grande sucesso na internet na luta contra a discriminação.

Quando resolvi criar meu blog, em 2003, o mesmo medo de me expor publicamente. Eu queria fazer um diário contando sobre minha vida, mas tinha medo de que ele pudesse ser acessado por inúmeras pessoas, inclusive aquelas com quem tinha trabalhado e que com certeza saberiam mais cedo ou mais tarde desse endereço. O receio era sempre este: "o que as pessoas irão pensar de mim?". Mais um medo bobo, pois as pessoas entraram e a seleção foi natural, no sentido de que só ficaram do meu lado quem sabia da minha vida e gostava de mim independente de qualquer coisa. Para minha surpresa, todo mundo.

Outro grande medo foi quando dei entrevista na TV Cultura para um jornal "ao vivo", falando sobre homossexualidade no trabalho. Outro medo sem sentido. Até na MTV, quando fui, fiquei com receio, mas o programa foi tão inteligente e proveitoso que, mesmo tendo um cara criticando, ele cumpriu o papel dele de "discordar" da homossexualidade sem agredir e mantendo, acima de tudo, o respeito.

O fato de ilustrar este artigo com várias experiências minhas é justamente para que você olhe para si mesmo e veja quais ou quantos medos você tem aí dentro e que podem estar interferindo, ou que poderão vir a interferir muito em sua vida.

Você tem medo de quê? De gostar de alguém do mesmo sexo? De as pessoas ficarem sabendo? De que sua família, principalmente seus pais, saibam? De sua esposa não entender que agora você tem atração por homens e não mais por mulheres? Que seu filho lhe rejeite por isso? Tem medo de que colegas do trabalho fiquem sabendo e usem isso pra puxar teu tapete? Medo de se expor? Medo de ser você mesmo, sem mentiras? Medo de viver sua sexualidade?

Enfim, a minha grande pergunta neste artigo é: do que você tem medo? Quando você ligar a tecla "dane-se" para todas estas perguntas, para todos esses medos, e passar por várias dessas fases que eu já passei, perceberá que a grande maioria desses medos jamais deveria ter existido. E que você pode ser feliz se livrando de metade ou de quase todos que existem dentro da sua cabeça, te prendendo, te sufocando e impedindo de vivenciar todos os seus desejos homossexuais.

Fabrício Viana é bacharel em Psicologia, gay assumido e autor do livro que fala sobre a homossexualidade (erroneamente citado na mídia de homossexualismo) chamado "O Armário - Vida e Pensamento do Desejo Proibido" - Site do livro

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9 de nov. de 2009

Dica de Filme: Imagine Eu e Você


A dica desta semana é uma divertida comédia. O inesperado sempre pode acontecer, e o que parece ser nem sempre é. Confusões a parte Imagine Eu e Você é a história entre Rachel e Heck, um jovem casal que está prestes a dizer o sim. Rachel parece meio apreensiva com a decisão, mas Heck está feliz e realizado com os preparativos.

Em sua festa de casamento Rachel conhece Luce, pessoa responsável pela decoração do salão onde acontece a festa. As duas se falam e a amizade parece ser de anos. Dias depois Rachel vai até a floricultura onde Luce trabalha para convidá-la para um jantar de confraternização entre amigos em sua nova casa. Luce aceita mas ao chegar na casa da “amiga” descobre que Cooper, amigo de Heck e que demonstrou interesse por ela estava lá.
Em conversa com Heck, Luce não esconde que sua preferência sexual é por mulheres. Sem saber de nada Rachel perece estar cada vez mais encantada por Luce. Alguns encontros e desencontros demonstram que este caso não ficará somente na amizade.

Atarefado em seu trabalho, Heck convida Luce para passear com a esposa, para que ela não fique sozinha. Ele não sabia que o pior poderia acontecer. Envolvida com a situação, Rachel vai até a floricultura para tirar satisfações com Luce. Depois de um demorado beijo apaixonado o inesperado acontece: Heck foi até a floricultura para comprar flores para a amada.

Sentindo-se muito culpada ela foge para tentar salvar seu casamento. Rachel não agüenta a pressão e a culpa e conta para seu marido Heck. No decorrer Rachel vai atrás de sua amada.

Nossas vidas estão expostas a qualquer tipo de mudança. Neste caso Rachel se rendeu a um amor proibido, largou seu casamento por um sentimento que foi maior.

Apesar do perfeito relacionamento entre Rachel e Heck é possível entender o amor entre as duas, embora seja difícil de aceitar.

Assista aqui o trailer e de sua opinião pelo e-mail: blogayfloripa@gmail.com
Bom filme, vale mesmo a pena assistir!
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4 de nov. de 2009

"As pessoas precisam se assumir, é muito bom o sentimento de liberdade"

Confira na íntegra a entrevista do ex Vereador de Florianópolis, Tiago Silva, suplente do Partido Popular Socialista, o primeiro gay a assumir uma cadeira na Câmara Municipal de Florianópolis. Tiago Silva luta pela causa gay e é um dos idealizadores da Parada da Diversidade de Florianópolis

Quem é Tiago Silva?

Um Manezinho nascido e criado no Morro da Caixa e depois no Morro do Mocotó. Uma pessoa que nasceu com a alegria na veia e que não se abala fácil. Eu transformo um limão em uma limonada.

Quando começou na carreira política?

Há uns 5 anos. Eu entrei como coordenador de marketing e eventos da Secretaria Municipal de Turismo, na Gestão do atual Prefeito Dário Berger. Antes eu conclui o Curso de Ciências Sociais na UFSC e trabalhei no Ministério Público, que foi uma Faculdade pra mim. Lá eu aprendi muito nas diversas áreas em que trabalhei, foram 5 anos de muita experiência adquirida.

Eu entrei na política por acaso, por que na verdade eu nunca quis ser político, não corre na minha veia essa vontade, nunca tive esse sonho. Pra mim a pessoa deve nascer político, caso contrário não dá certo. Mas enquanto eu estiver ao lado dela, farei o possível e o impossível para acabar com as diferenças sociais.

Sofreu algum tipo de preconceito?

Sofri, e muito. Todo mundo me julgou sem ao menos me conhecer. Acharam que eu iria chegar à Câmara Municipal gritando e fazendo escândalos, quando, na verdade, meu objetivo em assumir aquela cadeira era outro. Depois todo mundo percebeu quem eu realmente era, diante dos meus pensamentos, das minhas idéias e dos meus pronunciamentos, passei a ser respeitado. Mas infelizmente Florianópolis continua ainda é muito preconceituosa e a Câmara Municipal também. Um exemplo disso é o fato de não termos nenhuma mulher no parlamento, falta sensibilidade, faltam Vereadores que legislem em favor dos direitos das pessoas, em favor das crianças, das mulheres e dos gays também. No meu discurso de despedida eu me emocionei muito, acabei chorando na tribuna, depois eu fiquei sabendo que tinha sido o único Vereador a chorar na tribuna. Os vereadores são durões e nem um pouco sensíveis.

Como surgiu a idéia de trazer a Parada da Diversidade para Florianópolis?

Eu sempre tive vontade de trazer a Parada pra cá, porque Florianópolis era a única capital do Brasil que não tinha nenhum tipo de manifestação gay. Eu sempre me reunia com os amigos no Bob´s, que ainda não era um reduto gay, e a gente ficava ali conversando e sonhando com a Parada aqui em Floripa. Em 2005 nós fomos para a Parada de São Paulo e eu me deslumbrei, vim falando no ônibus que eu iria sim trazer a Parada pra cá e eu trouxe.

E como foi a primeira edição da Parada?

Foi em 2006. Aquele ano nós estávamos fazendo uma homenagem ao Ricardinho Bavasso (jornalista encontrado morto com um tiro no ouvido no bairro Trindade). Nós da organização estávamos esperando 5 mil pessoas, o que pra gente já tava muito bom. No dia não parava de chegar gente, o que resultou num público de 30 mil pessoas.

Teve muita dificuldade?

Muita, ninguém acreditava na idéia, todos achavam que era bobagem e que não iria dar certo. Florianópolis ainda é muito tradicionalista, quem manda na cidade, infelizmente, são os sobrenomes de peso, sobrenomes famosos.

Como foi atuar com o vereador por dois meses?

Na verdade foi um marco para a cidade. Fui o primeiro gay a assumir uma cadeira na Câmara Municipal de Florianópolis. Eu não assumi simplesmente para atuar nas causas gays, meu compromisso é com a sociedade em geral. Tenho compromissos também com a mulher, com a criança e com a juventude. Meus projetos são sociais e para todos. E é claro que eu não assumi por esses 60 dias pra ficar parado, eu queria sim aproveitar o tempo para trabalhar e fazer a diferença.

E a conquista de conseguir aprovar um projeto de lei de sua autoria?

A satisfação maior foi aprovar o projeto em plena semana da diversidade em Florianópolis. Reunimos um monte de gente e fomos lá para o plenário defender nossos direitos. E isso foi o mais emocionante. E já estava na hora mesmo, essa lei já deveria estar aprovada há muito tempo.

Quais são seus projetos futuros para o público gay de Floripa?

Eu estou escrevendo uma peça de teatro que se chama “Divas na Ilha”, as atrizes convidadas serão as Drag´s mais conhecidas da ilha como a Selma Light, Marluce May, Kátia Karão e outras. E ainda quero escrever um livro e provavelmente o título vai ser “A Parada da Diversidade na Ilha de Santa Catarina”.

Ping Pong


Nome – Tiago Silva
Idade – 27 anos
Uma comida – Churrasco
Um cheiro – Eu adoro perfume
Uma pessoa – Sandra Arantes do Nascimento, a filha rejeitada do Rei Pelé
Uma conquista – Meu carro
Uma palavra – Amor
Um sonho – Eu tenho vários sonhos, mais o maior é a educação, que as pessoas tenham acesso a ela.
Um lugar – Praia

Recadinho para o Blogay Floripa – Que o Blog sirva de acesso para a diversidade, que lá as pessoas possam se encontrar. Além disso, encontrar também respostas, participarem de enquetes, ler as matérias, os artigos e que as pessoas encontrem uma forma de se assumir diante da sociedade. A maioria dos gays que eu conheço vive agustiados por não terem coragem de se assumir. Se eles se assumissem a vida deles seria outra.

Clique aqui e veja o making off da entrevista com Tiago Silva

Valeu Tiaguinho, o Blogay Floripa agradece a entrevista e o exemplo que ser humano que você é.

Foto: Fernanda Martinelli




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3 de nov. de 2009

“O pior preconceito é aquele que vem de dentro de casa”



“Ser homossexual já é difícil, mas ser julgado e desprezado pelos familiares pelo simples fato de amar diferente é muito mais”, diz a vendedora J.G (16) que não quis se identificar. Já a estudante M.M (21) que ainda não se assumiu diante da família, diz ser difícil o fato de ter que se esconder atrás de um personagem que não é, “quando tenho que sair de casa e avisar aonde vou, digo que meu novo ficante está me esperando lá fora, quando na verdade quem me espera é minha namorada”.



Segundo M.M. sua mãe já está desconfiada de sua opção sexual mas finge não saber para evitar constrangimentos. “É Claro que ela já sabe, só finge para não se incomodar”. M. diz sofrer muito por se achar diferente de todo mundo, “me sinto um peixe fora da água quando vou para alguma balada hetero”. Quando o assunto é aceitação ela é enfática: “Se eu pudesse escolher com certeza eu jamais escolheria gostar de mulher, eu escolheria gostar de um homem e ter uma família normal”.

Para a operadora de telemarketing N. M.(17) aconteceu o contrário, “Para mim o difícil mesmo foi me aceitar, quando vi que eu gostava mesmo de menina, me desesperei”. Foram alguns meses para se aceitar de verdade, ela não queria de jeito nenhum ser diferente de todas suas amigas do colégio. “Quando beijei uma menina pela primeira vez foi horrível, me senti mal, com vergonha de mim mesma”. Em sua casa, mais tranqüilidade, “como em qualquer casa, minha mãe já desconfiava, é muito difícil esconder da própria mãe o que a gente realmente é”. Ela aceitou numa boa, não desprezou e nunca recriminou minha opção sexual. “Minha mãe sempre me aceitou, sempre me deu o maior apoio, quando sofri ela sofreu junto comigo”.

Para os homossexuais se assumir perante a família é o passo mais complicado, onde é preciso calma e certeza diante da atitude. Freqüentando as casas noturnas gay de Floripa é possível ver quantas pessoas saem do armário, e ali diante dos amigos mostram quem realmente são. Aliás, essa experiência vem mudando completamente meu conceito de diversão. Além de serem muito animadas e com um público selecionado, as pessoas vão realmente para se divertirem e não para causarem confusão e brigas. O que acontece por lá é a auto afirmação de cada um, todo mundo se aceita e se respeita, o que na verdade é o que deveria acontecer dentro de suas casas também.

Meu apelo aqui é conscientizar as famílias que têm um homossexual dentro de casa, o mesmo que a Parada da Diversidade fez esse ano com o tema “Eu aceito, eu respeito” em homenagem às famílias que respeitam seus filhos e seus familiares gays.

O que eles precisam é de apoio e ajuda para se aceitarem, chega de preconceito, diga não à Homofobia!

Fotos: Fernanda Martinelli
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