3 de nov. de 2009

“O pior preconceito é aquele que vem de dentro de casa”



“Ser homossexual já é difícil, mas ser julgado e desprezado pelos familiares pelo simples fato de amar diferente é muito mais”, diz a vendedora J.G (16) que não quis se identificar. Já a estudante M.M (21) que ainda não se assumiu diante da família, diz ser difícil o fato de ter que se esconder atrás de um personagem que não é, “quando tenho que sair de casa e avisar aonde vou, digo que meu novo ficante está me esperando lá fora, quando na verdade quem me espera é minha namorada”.



Segundo M.M. sua mãe já está desconfiada de sua opção sexual mas finge não saber para evitar constrangimentos. “É Claro que ela já sabe, só finge para não se incomodar”. M. diz sofrer muito por se achar diferente de todo mundo, “me sinto um peixe fora da água quando vou para alguma balada hetero”. Quando o assunto é aceitação ela é enfática: “Se eu pudesse escolher com certeza eu jamais escolheria gostar de mulher, eu escolheria gostar de um homem e ter uma família normal”.

Para a operadora de telemarketing N. M.(17) aconteceu o contrário, “Para mim o difícil mesmo foi me aceitar, quando vi que eu gostava mesmo de menina, me desesperei”. Foram alguns meses para se aceitar de verdade, ela não queria de jeito nenhum ser diferente de todas suas amigas do colégio. “Quando beijei uma menina pela primeira vez foi horrível, me senti mal, com vergonha de mim mesma”. Em sua casa, mais tranqüilidade, “como em qualquer casa, minha mãe já desconfiava, é muito difícil esconder da própria mãe o que a gente realmente é”. Ela aceitou numa boa, não desprezou e nunca recriminou minha opção sexual. “Minha mãe sempre me aceitou, sempre me deu o maior apoio, quando sofri ela sofreu junto comigo”.

Para os homossexuais se assumir perante a família é o passo mais complicado, onde é preciso calma e certeza diante da atitude. Freqüentando as casas noturnas gay de Floripa é possível ver quantas pessoas saem do armário, e ali diante dos amigos mostram quem realmente são. Aliás, essa experiência vem mudando completamente meu conceito de diversão. Além de serem muito animadas e com um público selecionado, as pessoas vão realmente para se divertirem e não para causarem confusão e brigas. O que acontece por lá é a auto afirmação de cada um, todo mundo se aceita e se respeita, o que na verdade é o que deveria acontecer dentro de suas casas também.

Meu apelo aqui é conscientizar as famílias que têm um homossexual dentro de casa, o mesmo que a Parada da Diversidade fez esse ano com o tema “Eu aceito, eu respeito” em homenagem às famílias que respeitam seus filhos e seus familiares gays.

O que eles precisam é de apoio e ajuda para se aceitarem, chega de preconceito, diga não à Homofobia!

Fotos: Fernanda Martinelli

5 comentários:

Ivan Couto disse...

Não há dúvida que ao assumir a homossexualidade, o gay vai enfrentar uma série de problemas. Mas negar sua opção sexual é negar a si mesmo o direito de ser feliz, o direito de estar com quem ama (namorada ou namorado) junto das pessoas que ama (família/amigos). Na verdade é assumir, mais do que qualquer outro, o seu próprio preconceito. Portanto, mesmo sabendo que não será fácil, quebre a sua algema e seja feliz.

N.M. disse...

Parabéns pela matéria Fê, vou continuar acessando o Blogay!
Um beijo

Unknown disse...

M.M
ARRAZO NA MATÉRIA FEEE...
TAMO JUNTO

BJO

Thaiany Kremer disse...

Deve ser muito difícil ter que assumir a homossexualidade, mas pior ainda é a pessoa esconder a sua escolha sexual pois ela mesma deve lutar pela sua aceitação dentro da sociedade! Por mais que conflitos surjam quanto ao preconceito dos outros, o público gay deve ter primeiramente o apoio de seus familiares para assim serem feliz do jeito que escolheram ser..

Unknown disse...

Eu acredito que ao assumir a homossexualidade a pessoa tira o grande peso que carrega. Quando eu assumi eu optei pela minha felicidade, não queria ter que viver mentindo sobre algo que era tão notável. Os gays não precisam ter medo na hora de assumir, apenas saber o que querem para a vida.

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